Sangue e Paixão
Carla_Witch
Princess
Ferdinand
adorava a noite!
Saía e andava
por todas as baladas, fazendo o maior sucesso, já que era muito bonito e
atraente, com olhar profundo e carismático de olhos bem verdes, como
esmeraldas... Alto, porte atlético e musculoso na medida certa. Fazia o maior
sucesso com as meninas.
Nessa noite de
sexta-feira, ele entrou em uma de suas casas noturnas preferidas- Hard Dance -
e passou, como sempre, azarando para todos os lados e bebendo absinto (sempre
da melhor qualidade). Ferdinand era muito rico - morava em uma belíssima mansão
e dirigia uma Ferrari vermeha, de tirar o fôlego. Na verdade, era colecionador
de carros de todas as procedências. Jovem (aparentava uns 35 anos), rico,
bonito e de personalidade marcante.
Lá pela 1:30h da
madrugada, passou o olhos pela pista de dança e viu uma menina que chamou a sua
atenção mais que as outras: uma diva, de cabelos louros, quase até a cintura,
cacheados e macios, que resumiam perfeita moldura ao rosto jovem e exótico da moça.
O corpo era perfeito! Ela estava de minissaia, mostrando as lindas pernas bem
torneadas e roliças.
Na primeira
oportunidade Ferdinand aproximou-se dela, chegou perto do ouvido dela para
poder falar, por causa da música alta e sentiu o suave e delicioso perfume:
- Oi, você está
acompanhada? - Perguntou, ansioso...
- Não, estou com
um grupo de amigas. Estamos comemorando o aniversário de uma delas.
- Sou Ferdinand
e você...
- Sylene.
Respondeu ela, sorrindo, com olhar convidativo e sensual.
- Vamos dançar,
Sylene?
- Ok, vamos
sim...
Dançaram e
conversaram um pouco, e Sylene levou-o até a mesa onde estavam suas amigas.
Apresentou Ferdinand às cinco meninas lindas que formavam o grupo dela: Lúcia,
Maria, Suelen, Mara e Sônia e ele parabenizou a aniversariante, Lúcia.
Ferdinand
juntou-as para falar de modo que todas ouvissem:
- Ei meninas,
ainda é cedo, tem uma balada muito legal aqui pertinho e tenho um grupo de
amigos que acho que adorariam conhecer. O que acham?
Elas trocaram um
olhar e pareciam empolgadas com a idéia. Maria perguntou:
- Meninas,
vamos?
Elas responderam
quase simultaneamente:
- Vamooos!
Caíram na risada
pediram a conta, ele pagou tudo sem aceitar as contestações das meninas e
seguiram Ferdinand, que caminhava com passos firmes, de mãos dadas com Sylene.
Lá fora, no
estacionamento, antes de entrarem no carro dele, Sônia perguntou:
- Onde é a
festa, afinal?
Suelen
completou:
- Tem muita
gente? O lugar é animado?
- Calma,
meninas... É surpresa! Tenho certeza de que irão adorar, não se preocupem. -
Ferdinand, sorrindo, com aquele jeito que transmitia segurança e
confiabilidade.
- Estou
curiosa... - Sylene, sorrindo.
- Então vamos
logo, senão, chegaremos quando todos estiverem indo embora. Hehehehehe... -
Disse Maria, que era quem estava mais animada - tinha um jeito elétrico e
agitado, sempre.
Entram no carro
e partiram. Ferdinand dirigia muito bem, apesar da Ferrari ser veloz por
natureza, ele mantinha o controle com muita segurança e cautela.
As meninas
faziam um alvoroço - Maria, estava ao lado de Sylene, na frente, que por sua
vez, estava no meio, ao lado de Ferdinand.
As outras quatro
estavam amontoadas atrás, dando risada e falando ao mesmo tempo - uma
verdadeira algazarra!
Ferdinand,
sempre gentil, educado e delicado, conquistou a simpatia de todas elas com a
maior facilidade, e conduzia as conversas para o lado divertido e engraçado.
Sylene estava encantada com o gato!
Ele pegou uma
estradinha que levava à saída da cidade, onde não tinha movimento nenhum - Onde
seria a tal festa? As meninas pararam de rir e ficaram trocando olhares
nervosos e preocupados...
Repentinamente,
adiante, viram luzes e muita gente agitada, ouviram a música alta e ficaram
aliviadas. A balada ficava ao ar livre - que legal! Pensaram as meninas.
Quando Ferdinand
estacionou o carro Sylene sentiu um arrepio percorrer todo o seu corpo e falou:
- Não acredito,
Ferdinand! No antigo Cemitério da saída da cidade? Cemitério???? Festa aqui????
- Ela estava pálida.
- Deixe disso,
Sylene! Acho a idéia bem legal! - respondeu Maria, com a sua energia.
- Eu também
adorei a ideia! Vejam só quanta gente... - Suelen, sorrindo bem animada.
- Mas, e quem
cuida do Cemitério? Permite isso? - Sylene, como sempre, cuidadosa.
- Claro que sim.
Nós pagamos os responsáveis e até a polícia para realizarmos esses eventos -
não tem nada de mais, afinal... Fazemos as nossas festas e depois, no dia
seguinte, mandamos limpar tudo, sem problemas. - Respondeu Ferdinand,
conduzindo as meninas para o meio da balada, que estava bombando.
Tinham umas
cinquenta pessoas dançando em meio aos túmulos e a bebida rolava solta...
Mara, Lúcia e
Maria já entraram dançando e já foram se enturmando com o pessoal. Logo estavam
todos dançando e se divertindo pra valer na festa que, apesar do local soturno,
estava demais!
Conheceram um
monte de gatos, um mais lindo que o outro - dançavam e conversavam - elas
estavam adorando! Inclusive Sylene que antes estava meio preocupada, soltou-se
e entregou-se à diversão, toda animada e grudada em Ferdinand, que também não a
deixava sozinha nem um minuto.
Já eram umas
3:00h e a festa bombava - só alegria, azaração e sedução!
Quando Maria,
que estava dançando com um jovem maravilhoso, louro, de olhos bem azuis, alto e
forte como Ferdinand, olhou para o lado, viu um carinha muito estranho... Ele
parecia estar passando mal, suas feições pareciam estar mudando... Seu rosto
foi ficando muito esquisito - peludo, o nariz e as mandíbulas crescendo...
Cruzes! - pensou ela e cutucou Sônia, que dançava ao seu lado:
- Olhe aquele
cara! Que é isso, Sônia?
Elas viraram-se
de frente para os parceiros de dança, e viram que eles também estavam sofrendo
as mesmas mutações misteriosas... Deram um grito alucinante...
Tentaram correr,
mas foram agarradas, puxadas com violência e viram que isso estava acontecendo
em todo o local: Um monte de meninas tentando sair dali, sendo atacadas por
aquelas coisas que não dava nem pra dizer o que eram. Os olhos deles ficaram
vermelhos, brilhantes, as orelhas ficaram pontudas e grandes -
MEU DEUS! ERAM
LOBISOMENS!!!!
Mas só uma parte
dos jovens rapazes ficaram daquele jeito. Outra parte, não sofreu mutação
alguma, mas também agarravam as meninas e cravavam os dentes nos pescoços
tenros e macios, sugando o sangue até as vítimas desfalecerem e caírem, sem
vida, ao chão.
Sylene encarou
Ferdinand:
- O que
significa isso? - Gritou ela, desesperada ao ver suas amigas e quase todas as
moças ali presentes serem sugadas até a morte ou estraçalhadas e devoradas
pelos lobisomens.
Ferdinand, então
abriu o jogo:
- Somos dois
Clãs - amigos e parceiros há muitos séculos:
Um de vampiros
(o meu) e o outro de lobisomens. Agimos sempre na calada da noite e com o
respaldo da polícia - somos muito ricos, Sylene - compramos tudo - até vocês!
Para tornarem-se nosso delicioso cardápio...
E puxou a menina
com força, enquanto mordia o seu pescoço fazendo o sangue escorrer pela carne
dilacerada, sugando com energia.
Ela deu um
empurrão nele, derrubando o vampiro que, ao tentar se levantar, levou um chute
no queixo. Caiu na risada e disse:
- Veja só...
Quanta personalidade, menina! Estou me apaixonando de verdade!
Sylene não viu
nem ouviu mais nada, saiu correndo, empurrando com toda a força quem ficava na
sua frente (lobisomem ou vampiro). Ela tinha que pular sobre os pedaços de
gente espalhados pelo chão - tinha sangue por todos os lados, as tumbas estavam
banhadas em sangue! Chegou a tropeçar e cair, dando de cara com a cabeça arrancada
de Lúcia, que parecia estar olhando para ela, com aqueles olhos sem vida.
Soltou um grito lancinante! Levantou-se como um raio e corria, corria sem
parar, desesperadamente para salvar a própria vida.
Conseguiu sair
do Cemitério, correu em direção à estrada, pelo campo e, quando finalmente
alcançou a via principal, sentiu-se mais segura e tratou de acalmar-se.
- Criaturas
malucas! Coisa mais horrível! Ninguém merece! - pensava ela, enquanto caminhava
com passos rápidos e decididos.
Começou a
sentir-se estranha... Parecia tonta e enjoada... Tudo por dentro doía! Sylene
não estava entendendo nada...
Caiu, suas
pernas perderam a força... Olhou para a frente e viu Ferdinand, que sorria para
ela:
- Minha linda
Sylene... No momento em que a conheci, percebi que você seria a minha
companheira para toda a eternidade! Eu não ia matar você, meu amor!
- Claro que ia,
seu maluco, sádico, assassino! - Gritou ela, com fúria.
- Sylene,
deixe-e dizer uma coisa: consulte o seu coração, tenho certeza de que você
perceberá que também se apaixonou por mim! Você não sabe, mas tem alguns primos
e antepassados seus que sempre fizeram parte do nosso Clã. A sua família é
mestiça!
Ela ficou
parada, pensando... Tinha mesmo muita coisa esquisita na família dela: tipo
três primos que viviam de forma misteriosa, não tinham emprego mas ficaram
ricos da noite para o dia e saíam todas as noites, de uns cinco anos para cá.
Afastaram-se do resto da família e ficaram prepotentes e esnobes.
- Mas agora
preciso que você tome uma decisão: se eu cortar o meu pulso e você beber um
pouco do meu sangue, será minha companheira e parceira pela eternidade afora.
Mas, se me recusar, morrerá em dez minutos, mais ou menos. - Ferdinand estava
sendo sincero. Ele realmente estava apaixonado por Sylene.
- Podemos ser
muito felizes juntos, se você me quiser, querida! Farei tudo o que você quiser!
Serei seu escravo, minha deusa! E agora? O que você vai fazer?
Sylene percebeu
então, que um sentimento muito forte foi tomando conta do seu coração - um
misto de horror e amor, fúria e carinho - ela não sabia o que era esse
sentimento misterioso que a envolveu dessa forma arrebatadora e definitiva.
- Estou sozinho
desde sempre, isso já faz 600 anos - faz muito tempo que procuro por alguém
diferente, que eu pudesse escolher como companheira mas, mesmo entre as
mulheres do meu Clã, nenhuma atingiu o meu coração como você, Sylene! - disse
Ferdinand, com meiguice e doçura no olhar...
Sylene olhou
para ele, sorriu e falou:
- Estou pronta,
Ferdinand. Não posso negar - também me apaixonei por você! Não sei como isso
aconteceu ainda mais vendo as coisas horríveis que você e seu Clã fazem! Mas
parece que tem um lado meu que não acha tudo isso tão horrível assim. Sei lá!
Quero ficar com você, meu amor!
Ele então pegou
um punhal, que carregava sempre consigo e fez um pequeno mas profundo corte no
pulso, e colocou sobre a boca de Sylene, deixando sangue escorrer e pingar naqueles lábios que
ele amava tanto... Deixou que ela ingerisse algumas gotas, levantou-a em seus
braços e beijaram-se deliciosamente e apaixonadamente por um longo tempo -
estava quase amanhecendo...
Voaram então
pelo céu, que já estava começando a clarear, com os primeiros discretos raios
de sol...
VOARAM???
Ah, sim! Era
natural para eles! Transformaram-se em morcegos e juntaram-se ao grupo enorme
que vinha vindo da festa (eram os membros do Clã dos vampiros) e aquela nuvem
negra fascinante tomou conta daquele amanhecer mágico e único, onde Sylene e
Ferdinand selaram o seu compromisso para toda eternidade!
Nenhum comentário:
Postar um comentário